Resedás, como são chamados no Brasil, são Lythraceae. A espécie mais comum para bonsai é a
Lagerstroemia indica (L.), com flores brancas, rosa e lilás. Em livros de língua inglesa são referidos como "craple myrtle".
Aqui se descreve evolução de exemplar comprado como "pré-bonsai", já com cerca de 10 anos de trabalho, em 2006, de comerciante de bonsais de BH, que o trouxera do viveiro de Hidaka-san, em Atibaia (SP), o deixara sem trabalhar por cerca de 6 anos e com poucos cuidados de cultivo. Esse tempo perdido sem trabalho explica a relativa simplicidade da ramificação. A primeira coisa que fiz, ainda em julho de 2006, foi acomodá-lo em vaso um pouco mais largo e raso (estimular o nebari) e adubar muito. Não tenho fotos de quando ele chegou.
Foto acima - 7 de janeiro de 2007. Seis meses depois da compra, em pleno verão, recuperando-se com ajuda de adubo orgânico. Coloquei uma almofada laranja de fundo para ajudar a ver os galhos, que vão mudar com o tempo. O ápice visivelmente muito alto. Essa espécie às vezes perde galhos, que secam quando são desfolhados e podados: mesmo cortes de galhos com cerca de 2mm devem ser protegidos com pasta cicatrizante para não secar, principalmente em shohin - como é o caso. Em compensação, brota abudantemente quando se faz podas radicais, ajudando a recompor perdas.
Foto R0 - 5 de junho de 2007 - leve coloração de outono, menos folhas. A superfície do vaso havia sido limpa para se preparar para o inverno. Apesar da idade (cerca de 11 anos de trabalho como bonsai), ainda pouco ramificado. O galho mais baixo, ao fundo, é galho de sacrifício. Altura: 22cm; nebari: 4 cm.
Foto acima - 14 de setembro de 2007 - desfolhado, aguardando poda de aclareio, já em vaso mais espaçoso e fundo para continuar a se desenvolver. Já se percebe leve melhora da ramificação. O nebari foi um pouco mais exposto, deixando a planta uns 2cm mais alta. Normalmente, termina-se o trabalho na copa antes do transplante, mas nesse caso optei por transplantar e esperar dois dias para concluir o trabalho após ouvir o Sensei (abaixo). Mais tarde, o ápice foi encurtado e a altura da árvore voltou para cerca de 22 cm.
Fotos acima, mesma época: Sensei Hidaka-san orientando estilização e cultivo com a delicadeza e paciência de sempre. Vaso tokoname, muito bonito, mas seria melhor um mais colorido.
Abaixo, em setembro de 2009, em vaso azul (Izume), relativamente grande. Note-se o trabalho no ápice e a retirada do galho de sacrifício (era o mais baixo, ao fundo), e como os galhos mais compridos deram impressão de árvore mais velha.
Abaixo: 12 de outubro de 2010. Perdeu alguns galhos, recuperando-se. Mesmo sendo colorido, o vaso ficou muito formal. O primeiro galho estava muito curto (galhinhos secundários haviam secado), e o segundo e terceiro (fundo) algo embolados. Ganhou vigor em relação a um ano antes.
Abaixo: 4 de fevereiro de 2012. Para manter o processo de recuperação do vigor e formação de galhos, foi colocada em grande vaso oval. Para aproveitar, feita experiência de composição de pen-jing (deixou de ser um bonsai) com pedras de minério de ferro e musgos da região de Ouro Preto (MG), para simular montanhas ao longe. Contei 5 espécies diferentes de briófitas (!). O espaço e adubação farta parecem estar agradando: veja-se a intensa brotação (apesar de metsume semanais) e o aspecto mais frondoso. As folhas também estão reduzindo o tamanho à medida que a ramificação dos galhos terciários aumenta. A planta tem um aspecto razoavelmente natural, apesar dos patamares de folhas ainda meio forçados.
Dimensões atuais (fev/2012): altura 25cm; nebari 8cm; alt/neb=3,1. O nebari está parcialmente coberto pelo musgo.