Aproveito e tento contribuir também com descrições de significados de termos usados no "jargão de bonsai". Essas descrições vão de traduções literais de dicionários a tentativas de descrever uma noção, incluindo conceitos que podem ser considerados mais razoavelmente estabelecidos, pelo menos na maioria das fontes consultadas.
Muitas vezes optei por apenas traduzir o que algum determinado autor escreveu, preservando algumas nuances e sutilezas.
A maioria das expressões usadas no contexto de bonsaísmo têm status não de palavras conforme os dicionários, mas de conceitos, ora mais, ora menos desenvolvidos; e ora mais, ora menos universalmente aceitos. Algumas expressões referem noções ainda pouco trabalhadas, algo vagas, de difícil objetivação, e a descrição de seus significados pode não ser tida como correta por todos.
Começo com um Pequeno glossário ilustrado, parte I
(palavras já usadas por aqui, ou referidas nos links indicados)
Bonkei - paisagem com outras plantas, figuras de animais, construções, objetos etc. Palavra japonesa para as criações penjing com aqueles componentes.
Bonseki (ou bonsekei) - paisagem com plantas, mas sem figuras, apenas pedras, musgo e árvores. Mesmo que "saikei . Essa definição, assim como de alguns outros termos desse glossário, foi traduzida de Craig COUSSINS "Totally bonsai", 2001, p. 71 e 72.
Sobre os termos bonkei, bonseki, bonsekei e saikei, escrevi em 30 de maio de 2012 ao Peter Tea, que está como aprendiz no Viveiro de Bonsai Aichi-en - de Junishiro Tanaka (Japão) - há quase dois anos. Ele respondeu:
"I wouldn't consider penjing as bonkei because penjing doesn't always have rocks and figurines. There are also over 30 different styles of penjing out there. The Japanese community actually doesn't use the word saikei very much. Mr. Tanaka didn't even know what that was. He says they usually refer to them as bonseki or bonkei."
Traduzo: "Não consideraria penjing como bonkei, por que penjing nem sempre tem pedras e figuras. Há mais de 30 estilos diferentes de penjing por aí. A comunidade japonesa na verdade não usa muito a palavra saikei. O Sr Tanaka nem sabia o que era. Ele disse que normalmente usa as palavras bonseki ou bonkei" (para as paisagens em bandeja). Aproveito para indicar o blog do Peter: http://peterteabonsai.wordpress.com/
Bonju - a árvore bonsaiDai - Mesa para expor bonsai. Quando se usa uma fatia de árvore como apoio, ela é chamada "ji-ita". Quando é uma mesinha esculpida, como se fossem raízes, é chamada ne-taku.
Abaixo: exemplos de apoios para expor bonsai e acompanhamentos do site de artista especializado (link: http://jbbespokebonsaistands.blogspot.com.br/)
Ji-ita - uma fatia de árvore.
Ne-taku - para plantas em estilo cascata.
Daiza - base de madeira esculpida para apoiar um suiseki.
Hachi-no-ki - uma planta qualquer num vaso (não um bonsai)
Hagari - desfolha completa da árvore
Jin, jinning - áreas de madeira exposta nos galhos.
Ju schin - ápice do bonsai
Matsu - nome genérico dos pinheiros
Metsume ou metsumi - poda dos brotos e galhinhos novos, geralmente reduzindo-os a um par de folhas
Nebari - Raízes aparentes, a parte da árvore que a fixa ao solo.
Omote - "Rosto, face". A frente da árvore.
Shari - áreas de madeira exposta do tronco, sem tecido vivo. Shoki - material para bonsai coletado (yamadori) já estabilizado
Suiseki - pedra, ou a arte de explorar a beleza natural de pedras. No Japão a arte suiseki é considerada uma arte separada de bonsai, embora seja comum usar suisekis como acompanhamento das árvores, principalmente dos shohin. Assim como há diversos estilos de bonsai, há diversos estilos de suiseki. Um mundo à parte.
Abaixo: um suiseki na bancada junto com os bonsai. Estando na bandeja com areia, já fica mais para penjing que suiseki.
Abaixo: assim como acontece com a distinção entre penjing (paisagem) e bonsai (árvore no vaso), quando a pedra é colocada em um contexto sugerindo paisagem ela é um penjing, não um suiseki.
Detalhe da foto anterior. Um pedacinho mal trabalhado de madeira sugere um barco junto ao penhasco, num mar raso de corais, e rompe a fronteira entre suiseki e penjing. A bandeja sobre a qual se coloca a pedra (às vezes com água de verdade) é chamada "suiban". Assim como há aficcionados por bonsai, também os há por suiseki, uma comunidade à parte.
Abaixo: exemplo de suiseki de Andrea Inzani. Veja-se o detalhe do suporte da pedra ("daiza"), esculpido para se ajustar e valorizar a pedra. Retirado de http://suiseki.aicon.com/friends.php?l=it Merece uma visita.
Tachiagari - tronco do bonsai, entre o nebari e o primeiro galho.
Ten-jin - jin no ápice da árvore (comum em coníferas)
Ten kei - figuras (animais, pessoas) usadas como acompanhamento. Está sendo preparada postagem sobre ten-kei.
Uro - buraco no tronco com bordas cicatrizadas (não um buraco no shari).
Ura - as costas da árvore. Lado contrário à frente (omote)
Yamadori - material para bonsai coletado na natureza (ou em jardins, etc.).
Como se vê, não incluí nesse glossário as duas expressões mais difíceis de definir - Bonsai e Penjing. Elas merecem abordagem mais detalhada. Vejamos:
Para começo de conversa, deve ser observado que ambas as palavras ora são usadas para se referir à arte - Bonsai ou Penjing -, ora às obras criadas com aplicação dessas formas de arte. Em português também existe essa duplicidade: uma "pintura" pode ser um quadro ou o nome da arte, assim como escultura pode ser a arte ou o resultado do ato de esculpir.
Bonsai - etimologicamente - é "planta num vaso", sendo que por "vaso", também se aceita objetos de função similar: uma pedra, uma cavidade num tronco, etc. Portanto o conceito de bonsai rompe cedo com sua origem etimológica.
Vamos ver o que dizem alguns autores:
Não há tradução conveniente para o inglês: uma árvore ou arbusto treinado e podado de forma a lembrar uma árvore completamente desenvolvida, cultivada numa vasilha rasa, para efeito artístico e como uma impressão de natureza. (...) "bonsai" implica muito mais que a tradução literal. Implica um elemento de arte que distingue um bonsai de uma árvore num vaso. (TOMLINSON, H. 1991, p. 9).
Bonsai consiste em uma árvore estilizada, cultivada num vazilhame raso, cheio de solo, e podada para criar a ilusão de uma árvore madura ou velha. (O´SULLIVAM, P. 2004, p. 4)
É fácil presumir que bonsai consiste simplesmente em cultivar uma árvore miniatura num vaso pequeno, mas nada poderia estar mais longe da verdade. Um bom bonsai é na verdade uma representação artística da natureza em microcosmo. (...) Assim, pensar em bonsai apenas como uma planta num vaso, ainda que a planta seja uma mini árvore, não é justo. Arte é um componente tão importante do bonsai que os japoneses têm uma palavra diferente - hachi-no-ki -, para se referirem a uma planta comum em vaso. Embora a arte bonsai seja equiparada a copiar a natureza, um bonsai bem feito é na verdade a "visão da natureza" do artista que o criou. (LANG, S. & Sunset Books Ed., 2003, p. 6).
Bonsai (...) é uma arte com método singular, através do qual árvores e arbustos são cultivados. (KAWASUMI III, M., 2005, p. 8).
Bonsai é uma árvore que, miniaturizada seja por meios naturais ou artificiais, é cultivada em vasos e treinada em formas naturalmente bonitas. (...) O ponto mais importante da beleza de um bonsai é sua forma, portanto - e mesmo quando sua forma é fantástica - não pode ser grotesca. (YOSHIMURA, Y., HALFORD, G.M., 1957. p. 21).
Quanto a esta última citação, de Yoshimura e Halford (1957) - provavelmente do "tratado de bonsai" mais antigo publicado em inglês -, não posso deixar de sugerir a leitura de toda a introdução (p. 13-20), cuja descrição da evolução da arte também ajuda a entender a evolução do conceito.
Como se vê, conforme os contextos de uso das palavras, seu significado pode ser diferente do citado nos dicionários. A tendência no Brasil e na maioria dos blogs e livros visitados é considerar "penjing" como sinônimo de "paisagem"; e "bonsai" para a árvore no vaso. Essas separações não são rigorosas, mas existem diferenças bem estabelecidas e de reconhecimento fácil.
Vamos ver a comparação feita por O´SULLIVAN (2004).
Primeiro, um shujuang penjing (bonsai na arte penjing), ou melhor, um bonsai na tradição chinesa, do livro de O´Sullivan (2004, p. 10).
E um bonsai na tradição japonesa (O´Sullivan, op. cit., p. 11).
Escreve O´Sullivan:
À primeira vista, diferenças entre bonsai chineses e japoneses podem parecer discretas. Bonsai chineses podem ser maiores, atingindo até 5 pés de altura, enquanto os japoneses são tipicamente abaixo de 3 pés. Os japoneses acentuam a impressão de altura da árvore com a conicidade dos troncos, enquanto os troncos dos chineses se alargam menos. Da mesma forma, tanto as raízes como os galhos nas criações chineses tendem a ser mais delicados que nas japonesas. Os chineses usam vasos mais chamativos, como cerâmicas decoradas e coloridas. Esses vasos são às vezes maiores e mais largos que os usados pelos japoneses e têm mais importância na estética da criação chinesa como um todo. PENELOPE O´SULLIVAN, 2004. p. 10.
Sobre a classificações dos bonsai, NAKA (1973), no livro Bonsai Techniques I (p. 121-122) refere as seguintes denominações para os bonsai, conforme seu tamanho, sem incluir o vaso:
Bonsais muito grandes ou hachi-uye, com mais de 4 pés de altura
Bonsais grandes ou Omono-bonsai - cerca de 4 pés de altura
Bonsais médios ou chumono-bonsai - cerca de um pé e meio de altura, ou um vaso que um homem comum pode carregar. O melhor para exposições.
Bonsai de uma mão, ou katade-mochi-bonsai - entre 8 e 15 polegadas de altura, dependendo do estilo da árvore. Por exemplo, a altura das árvores plantadas em rocha não é medida com a rocha. Esse tamanho corresponde ao que se pode carregar com apenas uma mão.
Bonsai pequeno ou komono-bonsai - entre quatro e sete polegadas. Facilmente apoiável em apenas uma mão.
Mame-bonsai - quando se pode carregar até 3 ou 4 vasinhos na palma de uma mão.
Keshitsubu - bonsai muito pequenos, geralmente semeados diretamente no vaso miniatura.
Muito mais recente, ALBEK e SCHOECH (2007) oferecem classificação mais definida em termos de medidas, a qual vem sendo usada neste blog. Esses autores também alertam para não se tomar a sério demais as medidas numéricas, usá-las como uma referência, e ter na impressão que cada árvore causa um critério melhor para decidir em que categoria se encaixa. Abaixo transcrevo a classificação deles, acrescentando uma tradução aproximada dos termos, conforme obtida no dicionário japonês-português (Michaelis Dicionário Prático Japonês-Português, coord. WAKISAKA, K., 2006):
Chuhin-bonsai - altura máxima 60cm; mínima 30cm. Chu-hin = "artefato grande". Associado à palavra bonsai, é expressão para "bonsai classificado como grande".
Kifu-bonsai - altura máxima 35cm; mínima 25cm. Ki-fu = "parecido com árvore".
Shohin bonsai - altura máxima 25cm; mínima 10cm. Sho-hin = "artefato ou objeto médio".
Mame-bonsai - altura máxima 10cm; mínima 7cm. Mame = "grão" e, portanto, "pequeno".
Importante: dada a evidente hegemonia dos japoneses na arte bonsai, percebe-se que mesmo autores de tradição chinesa já se apropriaram da palavra japonesa e a usam correntemente, inclusive para se referirem a obras criadas na tradição penjing.
O termo japonês está portanto fazendo o caminho inverso. Com raízes na China, a arte bonsai, após ter-se desenvolvido e sofisticado no Japão, dissemina-se agora para o mundo - inclusive a própria China - exportando não só as palavras japonesas, mas os conceitos estéticos.
Essa gradativa ampliação já mostra sinais de mesclas de culturas nos países onde os aficcionados, trabalhando a partir de suas próprias culturas, materiais e padrões, continuam a desenvolver a técnica e a arte.
No penjing a prória obra, ao mostrar a fantasia do autor, contagia e autoriza o observador a fantasiar também, se despir um pouco dos rigores formais. Esse é um dos efeitos simpáticos do penjing: permitir a fantasia, permissão essa implícita na composição onde o autor a convoca, ao se permitir usar figuras de pessoas, animais, objetos, construções típicas, etc. Esse tom lúdico do autor autoriza o observador a "entrar na brincadeira", e mais: explicita que a fantasia é válida e aceita, um componente agradável e legítimo da existência.
O penjing tem um tom de hospitalidade, de acolhimento do observador, nem sempre presente nos bonsai, embora existam critérios estéticos do bonsai que buscam essa interação gentil com quem o olha: a inclinação do ápice, com se a árvore inclinasse a cabeça em saudação ao observador; o cuidado em evitar os galhos que apontam diretamente para quem olha - gesto considerado indelicado -; o posicionamento dos galhos laterais "em movimento de abraçar o observador". Mas tudo muito mais sutil no bonsai que nos penjing. Aliás, sutileza é uma das características estéticas do bonsai, não perseguida em penjing.
Abaixo, em sequencia, duas fotos de obras de Paulo Netto, copiadas de seu blog http://aidobonsai.com/
acima - vista geral da composição
acima: detalhe do "caminho" dentro da "floresta" de Netto.
O Penjing não evocam apenas a natureza, mas a presença do homem no mundo e questões existenciais. Para isso fazem junção de objetos culturais (feitos pelo homem) aos naturais (pedras, plantas, árvores, animais - ainda que miniaturas ou reais, como peixes nos lagos). A presença de objetos culturais na composição dá o tom penjing. É a presença desses objetos que permitem ao observador se imaginar na cena, na paisagem ante seus olhos, cruzando a minúscula ponte, aparecendo à porta da cabana sob as árvores, segurando a vara de pescar que a figura usa, navegando no bote, cruzando o caminho que se perde entre a vegetação ou visitando os espaços representados no penjim. Contudo, nem sempre objetos culturais estão presentes. Há muitos penjing evocando paisagens selvagens. Sempre evocando algum lugar que desperte o desejo de visitar ou no mínimo compartilhar a sensação que a vista provoca.
O penjing tem uma leveza de brinquedo, informalidade, leveza de regras e tolerância não só à imperfeição, mas ao amador, ao feito por prazer. Talvez o risco do penjing, se exagerado, seja romper com conceito de penjing como arte e passar a produzir "obras" de tom vulgar ou infantil. Não é raro que a denominação "penjing" seja usada como estratégia para disfarçar falta de técnica e de talento (pessoas que relativizam a técnica e afirmam "tudo é uma questão de opinião, a forma básica da natureza não tem regras, tudo vale"). Como diz Liang: basta colocar uma obra de arte digna desse nome perto de trabalhos de má qualidade para saltar aos olhos que a qualidade estética e expressiva das obras não é mera questão de opinião. Não, nem tudo vale.
Ressalve-se a necessidade de reconhecer e respeitar o direito das pessoas se divertirem como podem e gostam. Não fosse assim, como eu me atreveria a ter um blog sobre bonsai? (rs...). Aliás: minha preferência é pela delicada e austera sofisticação da técnica japonesa.
Assim como há riscos se se leva a extremos a liberdade de criação nos penjing, também há riscos (em termos de perda da noção de bom gosto e limites do que se considera arte) também na forma como se faz bonsai. Talvez o risco do excesso em bonsai (e que portanto se distancia da essencia do bonsai, ou no mínimo compromete sua qualidade) seja o formalismo intolerante, que sacrifica o efeito em nome das regras.
O interessante é que mesmo um "desapego às regras" pode encontrar amparo na própria arte, que junta a filosofia Zen com as técnicas e critérios de qualidade. A técnica bonsai, ao mesmo tempo em que sugere critérios objetivos para a forma que, se seguidos, aumentam a chance dos novatos produzirem árvores que possam ser chamadas de bonsai, aponta também qual efeito a ser buscado (mesmo à custa de regras), e cuja obtenção caracteriza o domínio e expertise. É quando o artista conquistou e desenvolveu um estilo pessoal. A competência de conseguir o efeito com o que tem disponível.
O bonsai tem um ar nobre, beira o aristocrático. De fato foram privilégio dos ricos no Japão dos séculos 17 e 18, nos primórdios do desenvolvimento da arte importada da China, quando os poucos bonsai disponíveis eram em geral coletados na natureza, muito raros e caros.
Em função desse histórico que ainda hoje ecoa, um bonsai pode, além de causar admiração e prazer estético, ser também intimidador, como qualquer símbolo de poder, estabelecendo distância entre a criação e o observador. Mesmo podendo até tocar num bonsai, a sensação de distância entre os mundos a que cada parte pertence está presente. Não é raro que a atração que muitas pessoas sentem pelos bonsai seja expressão de suas pretensões aristocráticas, uma tentativa de agregar valor à própria imagem pelo que a árvore simboliza, ou forma de obter prazer com o fetiche da posse desse objeto.
Então, como se dá (quando e se ocorre) a transição de temor para o respeito; do medo da hierarquia de classes ao respeito pela nobreza genuína; da pretensão aristocrática para o desfrute mais seguro de si e por si mesmo? Superando essa relação "apenas com o objeto" e deixando-se moldar pela arte.
Muito bonsaístas conhecem a sensação de que quem treina e poda é a árvore, e quem se desenvolve é o praticante da arte, não necessariamente a planta que se trabalha. Praticar uma arte é se esculpir, moldar, desenvolver, cultivar.
Está explicada a forte presença filosófica na própria qualidade estética. Foi o encontro do penjing Chinês com o zen-budismo no Japão que levou à arte bonsai, como hoje a vemos nas exposições japonesas. Sobre isso, há muitos anos encontrei, em reportagem de revista de bordo de uma companhia aérea, uma descrição da estética buscada nos bonsai (e portanto nos bonsaístas - lato senso, os que desfrutam ou se dedicam à arte), com a qual desejo concluir este artigo. Sem ter como citar a referência bibliográfica, há anos perdida, resta me desculpar com o autor por não saber o nome dele.
Sete características estéticas do Zen
Assimetria
Assimetria
Simplicidade
Naturalidade
Profundidade
Sublimidade austera
Liberdade de movimentos
Tranqüilidade
Naturalidade
Profundidade
Sublimidade austera
Liberdade de movimentos
Tranqüilidade