Ficus do Gio (teve postagem anterior) está evoluindo. Nessa época o metabolismo da árvore fica mais lento, a seiva diminui de volume, e cortes maiores "sangram" menos.
Abaixo: como estava antes de começar o trabalho. Veja como galho da D, sem ancoragem, está tendendo a subir.
Abaixo: começamos retirando pastas de cicatrização velhas e limpando as feridas que precisam cicatrizar. Achado importante: duas das feridas mais profundas não estão cicatrizando bem. Após limpar a pasta velha as cavidades se mostraram profundas e com sinais de madeira apodrecendo.
Abaixo: medindo com o palito: uns 4cm de profundidade.
Abaixo (próximas 2 fotos): Antes de tentar colocar pasta nova, decidimos limpar e tratar a cavidade. Depois de retirados os fragmentos de madeira podre, é feito um tratamento com calda sulfo-cálcica pura. Algodão em um palito grande funciona bem.
Abaixo: se necessário, trocar o algodão até sair sem sinais de matéria orgânica em decomposição.
Cicatrizes limpas, ainda que falte muito para refazer algumas delas, que estão muito grosseiras e precisam ser recomeçadas. Depois de tratadas com calda sulfocálcica, precisam secar bem. Voltamos a atenção ao tatiagari e nebari.
Abaixo: raízes aéres nem sempre ficam bonitas. Essa raiz muito reta, embora fique escondida "nas costas" ("ura", em japonês) da árvore, não combina com o movimento do tronco.
Abaixo: removida a raiz feia, falta escovar o tronco e limpar a área que a raiz escondia.
Abaixo: Do outro lado (na frente à E da árvore) também havia outra raiz aérea que ficou feia, e ainda por cima prejudica a visão da conicidade do tronco. Enquanto eu fiz essa foto, Leandro estava ancorando o primeiro galho à D.
Abaixo: para retirar, nada como ferramenta adequada. Esse alicate é chamado de "biconcavo" ou "corte lateral côncavo". Vai deixar a cicatriz rente ao tronco e acompanhando a curvatura natural.
Abaixo: agora o corte da extremidade de baixo. É só virar o alicate para manter o corte (e a cicatriz) sempre acompanhando a curvatura do tronco, nesse caso na junção do tatiagari com o nebari.
Abaixo: raiz removida, aparece de novo área do tronco precisando de escovação. Veja como quase não escorre seiva dos cortes. Enquanto isso, o galho à D já foi ancorado e agora Leandro procede à aramação.
Abaixo: outro ângulo com mais detalhes do tronco, antes parcialmente escondido pela raíz, após limpeza.
Abaixo: grande calombo na frente da planta, próximo ao ápice, formava um "peito de pombo" e foi removido. A coloração alaranjada é da pasta de cicatrização, que irá ficar acinzentada em alguns dias.
Abaixo: De volta à bancada, com uma diferença: não foi regada de novo. A intenção é deixar as grandes cavidades que foram limpas e tratadas com calda sulfo-cálcica secarem completamente, estamos pensando seriamente em preenchê-las com resina epóxi ("durepox") nos próximos dias, assim que a humidade do ar cair mais. Isso quer dizer que a rega será cuidadosa para molhar apenas o substrato até estarmos seguros de que não irá se acumular água nos buracos e apodrecer de novo.
Foi aramada, metsume leve feito, galhos com reposicionamento discreto, cicatrizes limpas, duas raízes feias retiradas, cobertura do substrato com restos de adubo e de serragem das limpezas trocado por nova camada limpa. Tivemos de nos esforçar para resistir à tentação de transplantá-la também, para vaso mais raso que irá realçar o tronco. Mas a época não é boa, melhor esperar a primavera já estar a todo vapor (lá para início de outubro).
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