Trago o desenvolvimento de um "kaede chuhin-bonsai". "Chu" significa "mediano"; "hin" significa "produto" ou "coisa", nesse caso, a expressão é usada para bonsais entre 30 e 60cm de altura (Albeck e Schoech, 2007).
Comprado como material bruto do Sr Vicente Romagnole (Paraná), foi escolhido com ajuda de Liporace de um pequeno lote de plantas com cerca de 12 anos de cultivo no chão, trazidas a Minas em 2008 (ou seja, estaca plantada no chão por volta de 1996).
Abaixo em outubro de 2010, quando já havia sido "encurtado" - foram retirados cerca de 25cm de altura, para acentuar o movimento e dar conicidade à parte final do tronco - e os galhos selecionados para começar nova copa estavam começando a crescer. As grandes cicatrizes são de galhos grossos que foram retirados.
Abaixo: grande área, vista de cima e do lado D posterior da planta, de onde foi cortada a parte final do tronco para deixar a árvore mais baixa.
Abaixo: 11 de fevereiro de 2012. Os galhos estão se formando. Está plantada em grande vaso de treinamento para melhorar o nebari e ter espaço para se desenvolver (quanto mais espaço, mais raízes ciliares, mais rápido o desenvolvimento).
Abaixo: mesmo dia, em desfolha, já permitindo ver galhos a serem corrigidos. Além de retirar galhinhos desnecessários ou "incorretos" (ex.: que crescem diretamente para cima, para baixo ou cruzando a frente da árvore), as pontas de galhos e os arames velhos também são retirados.
Detalhe: a árvore está acomodada sobre tabuleiro de alumínio com 50x30cm, colocado dentro do vaso, a uns 6cm abaixo da superfície do substrato, para ir melhorando o nebari: as raízes são forçadas a crescer sobre o tabuleiro e a "dar a volta" sobre as bordas, para aproveitar o espaço disponível dos lados e abaixo (o vaso tem 25 cm de altura e cerca de 120X70cm. Com tanto substrato e adubo (quase um kilo de adubo orgânico a cada 3 meses, fora o foliar semanal), não é preciso ter pressa em tirar a planta deste vaso de treinamento, embora seja necessário conferir se as raízes não estão se cruzando ou ficando fortes de maneira desiquilibrada, por exemplo, de um lado só. Os galhos ainda estão muito "achatados", e irão ganhar tridimensionalidade para termos patamares de folhas parecidos a "nuvens" separadas.
Abaixo: outro ângulo e um pouco mais longe. A mão segurando a toalha é do Leandro, bonsaísta habilidoso (ele irá aparecer em outras postagens). O vaso é de granito, o peso total passa de 150kilos. Felizmente não tem sido necessário mudar de lugar ou virar: os galhos estão todos recebendo luz e se desenvolvendo bem. O galho mais comprido à E (primeiro galho) tem parte de sacrifício, deixada para engrossá-lo (pela grossura do tronco, será necessário que o primeiro galho tenha pelo menos uns 3cm de grossura). Quando for colocado em vaso apropriado (felizmente não preciso ter pressa, pois não tenho vaso oval colorido no tamanho necessário), a altura do torrão (e do vaso internamente) será de uns 12 cm (menos da metade do nebari). O peso total será de cerca de 20kg. Naka sugere que a largura da copa seja aproximadamente 2/3 da altura, mas com um tronco desses, estou tentado a deixar a copa bem frondosa (inclusive mais alta).
Obs.: o bambuzal ao fundo à E será tema de outra postagem.
Abaixo: 3 de março 2012. Apenas 21 dias depois as folhas já voltaram, hora de pinçar (metsume).
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