bem, nem tão grande... Ao fundo, vasos de orquídeas contribuiram com raízes pendentes. Abaixo, o dedo serve de referência da escala do tamanho das flores. Essa flor tem cerca de 3mm.
Acima com visão do vaso. Se fosse colorido talvez ficasse ainda melhor. Dimensões: altura 25cm; largura total da área das raízes expostas ("nebari"): 13cm. Relação altura/nebari = 1,92.
Abaixo, uma visão contra fundo mais limpo permite distinguir duas espécies de micro-orquídeas com flores. Fotos adiante mostram detalhes. A amarela abundante suponho seja Acianthera sonderiana.
Para chegar a isso, longo caminho:
A primeira etapa foi conhecer as micro orquídeas e tentar cultivá-las (veja-se a postagem "kusamono", que mostra alguns vasos). Aqui se usa a expressão "micros" para orquídeas que têm não só as flores com menos de 2 cm, mas também as folhas são pequenas e em escala ao menos aproximada à dos bonsai. As micro selecionadas têm flores com no máximo 1cm.
A seguir (abaixo) algumas espécies cujo cultivo foi tentado.
Phymatidium sp
Isabelia sp
ainda não identificada
A segunda etapa foi tentar o cultivo das que se deram melhor (pouquissimas - cerca de 8 espécies - duraram mais de um ano fora da estufa) no tronco de bonsai. Duas espécies de bonsai mostraram bons resultados: Buxos e serissas. Abaixo, a mesma serissa quando era um pré-bonsai (a frente depois foi invertida - abaixo aparece de costas e com os ramos que iriam formar a copa aramados para a D do observador).
No pré-bonsai acima os galhos grandes, depois de poda drástica para formar nova copa, não foram transformados em jin, nem a casca foi retirada: a madeira apodrecendo ajudou a criar ambiente favorável ao enraizamento, que é inibido pela calda sulfocálcica, usada para preservar madeiras expostas.
Abaixo a mesma planta, uns 3-4 anos depois, em ângulo aproximado ao da foto acima, quando era pré-bonsai. A muda de orquídea que aparece na fota acima, à D, não sobreviveu.
Foto acima: bom enraizamento na madeira morta sem limpeza e sem tratamento. O equívoco de plantar as micros em madeira tratada me custou muitas mudinhas de orquídeas no passado.
Abaixo: fase intermediária, outubro/2010, cinco anos de cultivo das micros. O bonsai tinha galho à direita, que se quebrou quando tentei aramar de forma desajeitada, evitando machucar as micros. Aramação se torna um problema, tentativas de ancoragem nem sempre dão o efeito desejado. A perda deste galho me obrigou a inclinar a planta para o lado D (do observador) para compensar um pouco o vazio. A copa foi feita de forma a propiciar sombra quase completa às micros. Uma das vantagens das Serissas é tolerar um pouco de sombra, o que ajuda no cultivo conjunto com as orquídeas.
Abaixo: exemplos de orquídeas bem estabelecidas em plantas, na fase de estudo de adaptação das micros às Serissas. Esse grande bonsaí acabou virando fonte de mudas.
Mesma planta do detalhe acima: duas espécies de Pleurothallis, uma Acianthera sonderiana (e uma suposta Octomeria) sendo cultivadas em tronco de pré-bonsai de Serissa.
A terceira etapa foi o cultivo conjunto: como manter as micro nos bonsai, os quais precisam de cuidados para estilização e cultivo, nem sempre amigáveis às hóspedes.
Abaixo: este bonsai de Serissa trabalhado como "raiz exposta" foi o que deu melhores resultados estéticos e de cultivo. A boa adaptação das micros (três espécies, sendo que a à E do observador já está apenas com as hastes de floração passada) é evidenciada pela floração abundante. Nestas fotos o bonsai estava precisando de aclareio...
Acima: mesmo vaso das fotos de início, antes de poda de aclareio e colocação de musgo. A copa vem sendo deixada mais cheia para prover sombra para as orquídeas.
A descrever em novas postagens:
A fase inicial: prendendo ao tronco
Adubos - peters e foliares
Calda sulfocálcica
exposição ao sol
regas
limpeza dos troncos e podas dos bonsai
aramação de galhos
transplantes
o comportamento das epífitas na relação com a casca e o tronco
mais de uma espécie, "seleção natural".
espécies mais exigentes (Capanemia - próxima etapa - perdi muitas sem tentar colocar em bonsai, será que vale a pena tentar?...)
Pen-jing: quando as orquídeas compõem paisagem, não necessariamente como epífitas.
Acima: Maxillaria (possivelmente M. cogniauxiana) em pedra e uro de Ulmus. Na fase inicial, foi usado pequena quantidade de sfagmo para prender as orquídeas às cavidades entre o tronco e a pedra. Note-se o musgo, sugerindo humidade. Indo bem.
Esse Ulmus poderá ser visto na postagem "Ulmus na pedra".
O ambiente de cultivo - árvores de meia sombra, bosques, etc.
uso de "sombrite".
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Apaixonante, bonsais maravilhosos e as micros nem se fala, tenho várias
ResponderExcluirabraços
olá, Bete. Conheço seu blog, aliás, suas fotos são excepcionais, e também as identificações das espécies das micros parecem muito técnicas. Vc usa algum livro ou outra fonte de consulta para identificação das micros?
ResponderExcluirLindo..apaixonante. Excelente trabalho de paciência, dedicação e surpresas infinitas. As pequeninas árvores tomaram rumos diferentes. Fiquei muito admirada. Parabéns de coração.
ResponderExcluirLindo demais o seu trabalho. Parabéns!!!
ResponderExcluirCaro Colega, uma dica: tente usar tiras de meias de mulher (lycra) para 'amarar' as mudas de orquídea, são menos agressivas, mantem uma boa ventilação para as raízes e com um pouco de sfagno dão boa umidade. Não prendem a circulação de seiva na casca da árvore, e se vc esquecer de tirá-la ela apodrece em alguns meses e pode até cair.
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