sábado, 2 de junho de 2012

Kaede kifu-bonsai

Mais um Kaedê, Acer buergerianum. Veja também a postagem do Kaede chuhin de fevereiro, neste blog.

Abaixo: 12 de outubro de 2010. Nestas três fotos abaixo aparece cerca de 2 meses depois de retirada de vaso de recuperação (onde ficou 3 anos) e alojada neste vaso de treinamento, já rebrotando, após ter sido cortado o grande galho (já era um tronco) que crescera onde será o ápice.



Essa planta veio do Paraná (Vicente Romagnole) em 2008, e foi escolhida com ajuda de Liporace de um pequeno lote, qualidade razoável, cultivada no chão por cerca de 8 anos. Segundo o Sr Romagnole, foi iniciada com estaca colocada no chão em 1999. Em 2007 foi retirada do chão, colocada em vaso de 30L e em 2008 colocada à venda durante evento em Belo Horizonte, onde foi adquirida e iniciado o trabalho de transformá-la em bonsai. O primeiro trabalho (2008) foi reduzir sua altura - era um tronco com galhos grossos, cerca de 1,5m de altura. Nessa ocasião as raízes foram lavadas e podadas (retiradas principalmente as muito grossas que ainda estavam no tronco), deixando a altura do torrão com cerca de 15cm.

Foi então deixada por 3 anos se recuperando em grande recipiente (cerca de 80L), já em substrato para bonsai.  O galho de sacrifício que cresceu no ápice chegou a ter quase 4m de altura e uns 6 cm de diâmetro (perdi ótima oportunidade de ir modelando-o para já fazer o novo ápice). Esse tempo livre ajudou a reduzir muito a grande ferida no topo, onde o tronco fora cortado para reduzir a altura da árvore.

A foto abaixo mostra a cicatrização da ferida de primeira redução da altura do tronco, que precisou ser parcialmente preenchida com massa epóxi ("durepox"), pois era muito funda e, graças à minha falta de experiência, mal cuidado: parte da madeira havia apodrecido. Ao ser limpa, a cavidade ficou muito funda, impossível de cicatrizar rente ao resto do tronco.


As raízes eram muito feias: os três anos não foram bons para o nebari, pois eu (de novo, má técnica) havia deixado completamente coberto e perdi oportunidade de ir podando raízes fortes demais e colocando-as radialmente ao tronco. Resultado: tenho de recomeçar o trabalho de seleção de raízes e formação de novas.

Abaixo: 11 de fevereiro de 2012. Os galhos e a folhagem estão fortes, já dá para desfolhar para começar a trabalhar os galhos. Fotos em sequencia, antes e depois da desfolha.

Abaixo: frente (provável) antes da desfolha.

Abaixo: lado E antes da desfolha.

Abaixo: lado D antes da desfolha. Veja o galho de sacrifício do ápice: ele não vai ser todo desfolhado, apenas as folhas mais baixas serão retiradas para entrar luz no ápice e estimular mais brotos.

Abaixo: parte de trás da árvore ainda antes de desfolhar. Veja a grande quantidade de restos de adubo orgânico no vaso.



Abaixo: mesmo dia (11/fev/2012), após desfolha e aramação dos galhos, que começam a ser posicionados. Esse aspecto de conífera (os galhos para baixo, formando pirâmide) é apenas fase: Acer não é conífera, a distribuição dos galhos fica artificial. No entanto, é melhor posicionar os galhos para baixo e depois deixar galhos que crescem para cima, "quebrando" essa forma, se desenvolverem. Isso por que a tendência é os galhos só crescerem para cima, e é melhor desenvolver primeiro os galhos para baixo e encher a copa depois, dando liberdade e selecionando brotos que certamente nascerão dos galhos formados. Abaixando os galhos, o mais difícil é feito primeiro.


Abaixo: evolução da cicatriz da redução inicial de altura da árvore. Veja também a "nova" ferida (estava com cerca de 3 meses de evolução) após corte do galho de sacrifício que havia sido deixado por 3 anos, "puxando" a cicatriz maior.

 
Acima: grande ferida em processo de cicatrização. Note que ela tem formato que permite escoar a água, caso contrário a madeira poderia apodrecer outra vez. Veja também o fundo onde foi colocado resina epóxi, e como as bordas da cicatriz começam a cobrí-la. Os arames estavam sendo cortados.

Abaixo: outra foto com a conclusão da desfolha e aramação. A posição no vaso - inclinação do tronco e definição de frente - precisa de ajustes, e estou em dúvida quanto a retirar a grande cicatriz redonda no tronco e recomeçar cicatrização.


Abaixo: 23 de maio de 2012. Na bancada, lentamente recompondo a copa e ramificando galhos secundários. Começam a aparecer galhos terciários, mas a quantidade de folhas ainda é pequena. Veja como o galho que formará a continuação do tronco, para cima, foi retorcido primeiro para trás, depois vindo para frente. Nele há dois ramos de sacrifício, que precisam engrossar para corrigir a conicidade do tronco. Agora está muito evidente, o tronco afina rápido demais no ápice. Mais um ano e deve melhorar. 
Além de corrigir essa diferença grande demais entre grossura do tronco e ápice, os galhos de sacrifício da ponta da árvore ajudam a cicatrizar a ferida antiga mostrada na foto acima, e dá força para a árvore como um todo.

Altura: aproximadamente 35cm; nebari 21cm. Altura/nebari cerca de 1,6.

Abaixo: mesmo dia, de costas.

Abaixo: 23 de maio de 2012, mais uma micro-orquídea formando botões para florir. É uma Maxillaria, os botões têm menos de 1mm.


Abaixo: 2 de junho de 2012. Colocada numa bancada nivelada fica mais fácil avaliar a posição da árvore no vaso. Os galhos de sacrifício no ápice estão fortes.

Abaixo, 2/junho/12, outro ângulo. As folhas estão maduras e poderia ser desfolhado de novo, mas vou esperar as gemas de novos brotos estarem mais inchadas. Já é evidente a redução no tamanho das folhas.

Abaixo detalhe do ápice. Longo caminho até melhorar as cicatrizes e atenuar a transição do tronco para o ápice.

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